O eixo temático Direitos Humanos, Interculturalidade e Educação propõe a articulação, de uma perspectiva ampla, inter e transdisciplinar, de discussões que contemplem múltiplas questões envolvendo os direitos humanos e processos de formação em contextos interculturais no continente latino-americano – ou em Abya Yala, como preferem os povos originários deste contimente – não apenas como temas acadêmicos e de investigação, mas também como prática social e atuação profissional.
A nossa proposta se caracteriza, assim por uma grande diversidade temática, uma vez que, por um lado, presenciamos crescentes desigualdades no mundo, agravadas por explosões demográficas, pandemias e catástrofes ambientais; pela violência institucional de regimes políticos autoritários; pelos interesses das grandes corporações, empreendimentos agropastoris e ações de mineradoras sobre os territórios de comunidades tradicionais; pela insegurança alimentar, pelas guerras motivadas por interesses geopolíticos que provocam migrações forçadas e crises humanitárias.
Por outro lado, presenciamos demandas por políticas de inclusão e por igualdade de direitos; lutas identitárias por reconhecimento dos povos originários, comunidades quilombolas, de povos ciganos, comunidades LGBTQIA+, migrantes, refugiados e diversos outros grupos sociais que compõem a grande diversidade humana e cultural dos nossos países e do nosso continente.
Pretendemos acolher, portanto, resultados de investigações reflexões e relatos de experiências relacionados à formação profissional e à defesa dos direitos humanos sob uma perspectiva intercultural crítica e decolonial, indo além da lógica eurocêntrica, positivista e individualista que caracteriza o pensamento moderno e trazendo para o debate contribuições dessas outras formas de compreensão do mundo, de resolução de conflitos, de organização dos conhecimentos e de construção de estratégias pedagógicas e de formação no que se refere à promoção e à defesa dos direitos humanos a partir desta diversidade.
Será bem vinda a participação de investigadores/as, professores/as, gestores governamentais/as, defensores/as públicos/as, operadores/as do direito e líderes comunitários/as
