A proposta desta linha abrange especialmente investigações e experiências que tenham como base a educação intercultural e suas relações com a luta territorial, considerando também as possibilidades de políticas de estado adequadas ao bem viver e aos direitos da natureza e da mãe terra. Neste último sentido, a linha propõe a indivisibilidade dos direitos com ênfase nos direitos à educação a partir das línguas maternas e dos princípios culturais e sistemas de conhecimentos de cada povo considerando a perspectiva intercultural, bem como nos direitos dos povos originários às suas terras e territórios ancestrais.
Por um lado, pretende-se aprofundar discussões e reflexões sobre as potencialidades dos povos originários e comunidades tradicionais em promoverem ações importantes para a sustentabilidade de suas populações a partir de suas experiências e epistemologias próprias. Neste sentido, seus modos particulares de entendimento do mundo, que estabelecem relações específicas entre sociedade e natureza tendo o bem viver como princípio orientador destas relações, seriam as bases dessas proposições.
Por outro lado, busca-se investigar as possibilidades de gestão e elaboração de políticas públicas baseadas em uma epistemologia eurocentrada e na noção de universalidade, que tomem como base elementos de outras epistemologias. Neste sentido, problematiza-se a possibilidade de rompimento com pressupostos epistemológicos universais na elaboração de políticas públicas estatais em contextos de Interculturalidade.
Serão assim bem vindas toda as contribuições, baseadas em relatos de experiências ou resultados de investigações e reflexões teórico-metodológicas, que tratam de alguma forma da questão central que guia as discussões no âmbito desta linha. Ou seja: é possível a elaboração e implementação de políticas públicas nacionais, no âmbito dos estados latino-americanos, naões que se construíam com bases monoepistêmicas e eurocêntricas, baseadas em pressupostos da interculturalidade crítica, que tratem adequadamente questões que são centrais para populações originárias e que se baseiam nos princípios do bem viver considerando não uma oposição e sim uma integração entre sociedade e natureza?
Coordinan: Alexandre Herbetta (Universidade Federal de Goiás, Brasil), Mônica Celeida Rabelo Nogueira (Universidade de Brasília, Brasil) Claudio Stefano Sartorello (Universidad Iberoamericana, México); Silvina Corbetta, Yolanda Parra (Universidad de La Guajira, Colombia); William Mavisoy (Universidad del Cauca, Colombia); Socorro Maníos (Universidad Autónoma Indígena Intercultural, Colombia) y Jose Antonio Chavaco (Universidad Autónoma Indígena Intercultural, Colombia)